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Serpentário – Felipe Castilho

Quatro amigos se encontram todo ano na Barra de Sahy, em São Paulo, para o ano novo. Entre Carolina, Mariana, Hélio, e Paulo, somente o último mora lá, um jovem caiçara que foi adotado ao grupo. No réveillon de 1999, no entanto, o cachorro de Caroline desaparece, e então nada nunca mais será o mesmo.

Em busca do cachorro Mason, os quatro amigos descobrem a mítica Ilha das Cobras, em que os animais forram o chão e as árvores. Presos nessa ilha misteriosa e perseguidos por algo estranho, os garotos só têm um jeito de fugir: deixar um deles para trás.

E assim o fazem.

Mas o que acontece quando, 20 anos depois, ainda atormentados por suas escolhas, eles descobrem que o que foi abandonado ainda está vivo? O reencontro é inevitável, e está atrelado a algo maior. Algo maligno.


Existe um motivo pelo qual Serpentário foi meu top 2 em 2021. O tanto que eu gostei de Ordem Vermelha, eu gostei mais ainda dessa outra obra do Felipe Castilho.

Primeiro, a Intrínseca fez um trabalho fenomenal com essa edição. Já falei e falo de novo: você precisa da edição física desse livro. Além da capa maravilhosa e o corte pintado de verde, dentro do livro temos vários detalhes, desenhos, e alterações na tipografia que são simplesmente muito melhores de ver com o livro em mãos.

A escrita do Castilho é incrível. Eu tenho um problema com livros de terror, porque poucos deles conseguem me deixar com medo (eu achei O Iluminado entediante, estão entendendo?). Serpentário foi um livro que eu preferi ler durante o dia, porque de noite me dava agonia. Ainda bem que eu não tenho medo de cobra. Além disso, foi um livro rápido de ler, e é um daqueles bons de pegar em uma sentada (porque você fica tão nervoso pra saber o que vai acontecer, que não quer largar).

O meu único problema com a história foi que eu gostaria que tivesse tido um final trágico, que eu acho que teria se encaixado melhor. A verdade verdadeira é que todos os personagens, a Carolina, o Hélio, e a Mariana, são pessoas horríveis, então não seria de todo triste se (mais) tragédia caísse sobre eles. Serpentário tem uma história muito diferente do que eu já li e realmente lembra Lovecraft, guardadas as devidas proporções (o Felipe Castilho não é um baita dum racista, pra começo de conversa). O livro também tem uma crítica social muito bem feita, e foi o primeiro livro que me fez perceber como eu prefiro terror/suspense brasileiro.

Se você gostou de Serpentário, de Felipe Castilho, você vai gostar de:

Ordem vermelha: Filhos da Degradação – Felipe Castilho;

Silvestre – Wagner William;

Our Wives Under the Sea – Julia Armfield.

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