His Dark Materials – Philip Pullman ?>

His Dark Materials – Philip Pullman

No universo de Lyra, magia, ciência, e teologia estão conectadas. Em seu mundo, todos têm daemons – suas próprias almas em formato físico de animal. A pequena órfã está sempre acompanhada de Pantalaimon, seu daemon sem forma definida. Ele só assumirá sua forma animal final quando ela deixar de ser criança. Eles vivem na universidade Jordan College, sendo vigiados pelos professores e recebendo a ocasional visita do tio de Lyra, Lorde Asriel.

Em uma dessas visitas, Lyra escuta uma conversa estranha: algo sobre uma substância chamada Pó, que parece ser de grande importância para os acadêmicos, Lorde Asriel, e, mais estranho de tudo, para a Igreja. Lyra não compreende a natureza dessa substância e, considerando que ela nem deveria ter ouvido a conversa, não existem muitos com quem ela pode conversar.

Mas um dos amigos de Lyra, Roger, desaparece de Jordan College. Existem rumores estranhos, de crianças sendo sequestradas por canibais, que levam-nas para o norte para serem comidas. Determinada, Lyra resolve ir atrás de Roger. Sua jornada é o catalizador do evento que para sempre mudará seu universo e todos os outros.

No final das contas, tudo volta ao Pó.


His Dark Materials (Fronteiras do Universo, em português) tem a sua cota de fama e adaptações: dezenas de traduções e edições diferentes, o filme A Bússola de Ouro e, mais recentemente, a série Fronteiras do Universo da HBO. Os três livros da série faziam parte do meu desafio 20 livros para ler antes dos 20.

Eu já estava de olho nessa edição há tempos. É um tijolão, os três livros em um só. Não vou mentir, fiquei bem desencantada quando vi que essa capa LINDA é uma jacket. O livro embaixo, ainda por cima, é VERMELHO, não tem nada a ver. Se fosse amarelo/dourado como o fitilho, ainda… Mas enfim. Pesado pra caramba. Letrinhas pequenininhas e juntinhas, o terror do meu astigmatismo. Até agora não sei se não deveria ter comprado um com uma capa brochura que pelo menos me agradasse mais… Mas pelo menos ocupa menos espaço na estante. O ponto positivo é que tem uma introdução e alguns conteúdos extras bem legais. E, querendo ou não, a jacket é bonita. Um daqueles livros pra deixar virado pra frente na estante.

Um crítico na contracapa chama o Pullman de “o melhor contador de histórias de todos os tempos” e devo admitir que estou inclinada a concordar. His Dark Materials é mais um daqueles livros infantis que são mais aproveitados por adultos, por causa da técnica absurda do Pullman. A construção de mundo é fora da casinha. Eu gosto também de alguns momentos mais líricos que tem ao longo da história. Eu não dei nota máxima para nenhum dos 3 livros (3 estrelas pro primeiro, 4 pro segundo e pro terceiro), mas tenho certeza de que, como escritora, essa série virou uma referência para a qual eu vou voltar para estudar.

Por incrível que pareça, os personagens foram o que mais tornaram difícil pra eu me conectar com a história. Sinceramente, eu fiquei todas as 1144 páginas me perguntando quem que era bonzinho e quem não era. Realmente, eles são todos muito reais, então faz sentido não ter algo tão simples como “bom” e “mau”. Ainda assim, só fui me conectar mais com o Will, que só aparece no segundo livro. Claro, não poderia deixar de mencionar meu OTP, Balthamos e Baruch. Falar qualquer coisa mais é spoiler, mas eu amo esses dois.

A história de His Dark Materials é o que mais me surpreendeu. Eu achei que fosse ser só um livro de aventura infantil, que tem seus momentos de tensão, mas que fica tranquilo. Pelo contrário, é desgraça atrás de desgraça, morte, e vários temas mais “adultos”. Toda a questão teológica foi uma grande surpresa pra mim, porque era a última coisa que eu imaginava que apareceria ali. De modo geral, a história é bem construída, mas só fui me envolver emocionalmente de fato no terceiro livro. Não me arrependo de ter lido, mas entrei com uma expectativa do que a história seria que não teve nada a ver.

Se você gostou de His Dark Materials, de Philip Pullman, você vai gostar de:

The Good Man Jesus and the Scoundrel Christ – Philip Pullman;

As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis;

Alice – Lewis Carroll.

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