As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis
Nárnia é um país mágico, o local dos sonhos de várias crianças. Reis e rainhas são valentes e justos, animais falam e ajudam os necessitados, e cada canto tem uma aventura. E há Aslan, o leão.
Aquele que, no começo de Nárnia, cantou para criar o mundo e deu a fala para os animais. Os jovens Polly e Diggory, por meio de um par de anéis mágicos, presencia a gênese do mundo.
O Grande Leão foi aquele que convocou os irmãos Pevensie, Pedro, Susana, Edmundo e Lucy de outro mundo, para derrotarem a Feiticeira Branca, que lançou o país em um inverno eterno.
Foi Aslan quem guiou os jovens Shasta e Aravis no caminho para longe da quente Calormânia, em direção a Nárnia, junto com seus cavalos falantes que sonham em serem livres.
Foi ele quem abençoou Caspian em sua batalha para retomar o trono de seu tio malvado, que quer lançar Nárnia em uma era de trevas.
O Grande Leão também aguardou Caspian, Edmundo, Lucy e seu primo Eustáquio, que viajavam pelo mar no Peregrino da Alvorada em busca do fim do mundo e do país de Aslan.
Ele também convocou Eustáquio e sua amiga Jill para salvarem um príncipe das garras de uma bruxa.
E foi Aslan quem foi blasfemado pelos seus próprios animais falantes, em um plano que trará Nárnia ao seu fim.
As Crônicas de Nárnia é um dos meus livros preferidos da vida. Eu tenho um projeto de vida que é ler meus top 3 em todas as línguas que eu conheço, apesar de que não sei se leria Nárnia em alemão. Quando me mudei para a Irlanda, achei esse box lindo em uma livraria de usados, por míseros 14 dinheiros (1/4 do preço original). A série é um dos meus livros de conforto, e lê-la foi muito bom quando me mudei.
Por ser um livro infantil, a escrita do Lewis é beeem tranquila. Até em inglês (mas não se enganem, tem muita coisa datada). Eu adoro esse box, porque ele é bem menos ameaçador. A edição brasileira faz até parecer que o livro nem é infantil, e é super pesada. Eu sei que tem como comprar os sete livros individualmente, mas não sei quanto que ficaria (apesar de que a edição única custa uns bons 100 dinheiros).
Nárnia é Nárnia, e se você não gostou do livro, eu sugiro ler de novo, porque você leu errado. A magia e o mundo são incríveis, realmente tirados de todas as nossas fantasias infantis (ou será que foi a história que influenciou as nossas fantasias?). Claro, os irmãos Pevensie são os meus preferidos, mas nessa releitura gostei bem mais de Polly e Diggory e Eustáquio. Para mim, o mais fraco dos livros é O cavalo e seu menino, porque ele não encaixa em nada com a narrativa, e é muito datado.
E essa é uma questão muito importante dos livros. Muitas coisas são datadas, que não envelheceram bem. Principalmente a questão da Calormânia, que é um país “árabe” cheio de características racistas. Essa é a pior parte dos livros, e acho que é necessário ter muito cuidado lendo a série inteira. Temos que ver tudo no contexto, e depois ir ler algum autor que faça um trabalho melhor (Hafsah Faizal, Sabaa Tahir, S. A. Chakraborty e Renée Ahdieh, por exemplo). Outra coisa é toda a religiosidade do texto, considerando que Aslan não é nada mais do que Jesus. Sinceramente, dá pra ler sem essa entonação, imaginando como se fosse uma religião diferente (falo isso porque eu não gosto nem um pouco da igreja como instituição – mas Jesus é um cara mó legal).
De qualquer jeito, Nárnia é uma série incrível, que eu recomendo a todos que leiam pelo menos um livro (O sobrinho do mago, O leão, a feiticeira e o guarda-roupa e A viagem do Peregrino da Alvorada são meus preferidos). Enquanto você não necessariamente precisa ler todos para entender a história, eu recomendo, porque é tudo muito mágico.
Se você gostou de As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, você vai gostar de:
O castelo animado – Diana Wynne Jones;
Os livros da Selva – Rudyard Kipling;
;)
