O Feiticeiro de Terramar – Ursula K. Le Guin ?>

O Feiticeiro de Terramar – Ursula K. Le Guin

Ged é um jovem com um imenso potencial para a magia. Ajudado por diversos professores ao longo de sua história, ele cresce, aprende e comete erros. Mas um garoto com tanto poder se torna soberbo. As leis da magia de Terramar devem ser respeitadas, mas Ged aprende isso tarde demais.

Ged estuda, seu poder aumenta e sua história se expande além da escola em Roke para terras frias, terras mortas, mares desconhecidos e distantes e ilhas habitadas por dragões. Uma sombra oriunda de um erro antigo cometido volta para assombrá-lo e Ged precisa lutar para sobreviver.

Esta é a história do futuro arquimago de Terramar, da sua infância e adolescência, e do que significa crescer.


Minha primeira interação com O Feiticeiro de Terramar foi salvar no Instagram uma foto da edição antiga do livro para comprar. E ficou na lista de desejos por não sei quantos anos. Quando os filmes do Studio Ghibli saíram na Netflix, eu assisti a animação. E odiei. Não entendi nada. Dormi no meio do filme. Pelo menos, não fui a única que não gostou, já que a própria Le Guin não gostava do que fizeram com seu livro.

Ganhei esse livro no meu aniversário de 20 anos. E ele agora está no 4º lugar do meu top 10 de 2023 (demorei um ano pra ler, mas ok).

Essa edição de O Feiticeiro de Terramar é primorosa. Capa dura, cheirosa, material de boa qualidade. A tradução da Heci Regina Candiani está incrível. Agora que li o segundo no original em inglês, posso afirmar com toda a certeza: eu gosto mais da versão traduzida. Chequei no site da Morro Branco e a tradutora continua a mesma, então eu com certeza comprarei o 3º e o 4º (quando sair) em português. Para algo tão destacado na capa, eu esperava mais ilustrações, devo admitir. Elas são bonitas e ajudam a visualizar a história, mas são tão poucas que eu fiquei com gostinho de quero mais.

A escrita é muito gostosa, te faz se sentir em casa. O livro é rápido de ler, curto, e não se arrasta em nenhum momento. Até os capítulos mais “lentos”, em que vemos Ged estudando, são super interessantes, porque aprendemos sobre magia com ele. Eu só conhecia alguns contos da Le Guin, mas agora quero ler muitas mais coisas dela. Espero que as traduções dos outros livros dela sejam tão boas quanto essa.

Essa é uma fantasia para todas as idades. Acho que eu teria gostado de ler quando mais nova, mas eu adoro ler livros infantis. Acho que alguns aspectos da história têm significados ainda mais profundos quando você é adulto. O Feiticeiro de Terramar é atemporal, à frente de seu tempo com sua representatividade muito natural. Ged e a maioria dos personagens nessa história não são brancos. Le Guin brigou muito com capistas, ilustradores, editoras e estúdios de cinema para que a cor da pele dos seus personagens não fosse apagada, nem sempre com sucesso. Ao mesmo tempo, a autora reconhece, no posfácio, seu pensamento limitado quando escreveu o livro e as melhorias que fez nos seguintes, principalmente na representatividade feminina nos livros futuros. Juro, o posfácio é uma joia.

O Feiticeiro de Terramar tem uma trama relativamente simples – a ascensão de um herói. Mas amei ver como Ged é infantil (mas não chato, insuportável) e vai crescendo e aprendendo com seus erros. O tempo todo, o observei pensando “Ah, você nem sabe, nem te conto”. A mensagem do livro e a jornada de Ged são lindas. Eu adoro personagens falhos bem feitos. Personagens falhos como Ged fazem o leitor ver que tudo bem cometer erros. Talvez todos nós precisemos nos lembrar disso de vez em quando.

Se você gostou de O Feiticeiro de Terramar, de Ursula K. Le Guin, você vai gostar de:

His Dark Materials – Philip Pullman;

O castelo animado – Diana Wynne Jones;

Warbreaker – Brandon Sanderson.

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