A Rainha do Ignoto – Emília Freitas
A Ilha do Nevoeiro é um lugar mágico, em que uma sociedade secreta de mulheres independentes vivem longe de seus traumas. Guiadas por sua jovem e justa rainha, a Rainha do Ignoto, as mulheres são protegidas pelas Paladinas do Nevoeiro, treinadas em combate.
O jovem Edmundo torrou todo o seu dinheiro na Europa, e retorna ao Brasil para a última propriedade que lhe resta: uma pequena fazenda em Passagem das Pedras, no interior do Ceará. Lá, ele se apaixona por uma mulher das lendas da região, a Funesta, quem ele vê algumas vezes. Mas, por causa dela, ele acaba envolvido com as Paladinas do Nevoeiro, em uma história cheia de mistérios e disfarces.
A Rainha do Ignoto é mais um livro do meu desafio “20 livros antes dos 20”. Ele é o primeiro romance de fantasia/ficção científica nacional, escrito por uma mulher, ainda por cima! Publicado em 1899. A editora Wish resgatou o texto e lançou uma super edição. Eu peguei o ebook numa mega promoção de semana do consumidor, acho.
Que eu sou fã de Machado, não é mistério, né? E a Emília Freitas tem uma escrita super parecida com a dele, talvez por serem os dois do século XIX. Eu vi bastante gente reclamando, no Skoob, que a linguagem era difícil de entender. Eu não sei o que eles esperavam, lendo um livro de dois séculos atrás. Não vou mentir, eu demorei bastante pra ler o livro, acho que o Kindle me deu umas 8 horas de leitura. É uma escrita de peso, mas muito boa. É importante lembrar de que, ainda que muito progressista para a época, algumas coisas do livro são bem datadas (frases que as feministas da época diziam que deixariam uma feminista de hoje em dia de cabelo em pé), e tá tudo bem, também.
A história é bem interessante, ainda que um pouco lenta. A Rainha do Ignoto é um livro feminista, abolicionista, republicano, anticlerical, e por aí vai. Seus personagens trazem discussões abertas sobre esses temas, de diversos pontos de vista. O final não me agradou muito, achei meio desconexo com o resto da história e muito apressado. Ainda assim, é um bom livro, que vale a pena ler por seu valor histórico.
Se você gostou de A Rainha do Ignoto, de Emília Freitas, você vai gostar de:
Dom Casmurro – Machado de Assis;
Enterre seus mortos – Ana Paula Maia;
Parthenon Místico – Enéias Tavares.
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