A Day of Fallen Night – Samantha Shannon
O Monte Temível entra em erupção. E com isso se inicia uma era de terror. A salvação do mundo está nas mãos de mulheres espalhadas pelo globo.
Tunuva Melim é uma irmã do Priorado, mas ela foi treinada para matar wyrms – não lidar com as novas gerações que não creem mais nos ensinamentos.
Em Inys, a princesa Glorian vive à sombra de seus pais, a rainha Sabran e Bardholt, o rei de Hróth. Com o coração dividido entre dois reinos, ela logo descobrirá o sofrimento da sua longa linhagem.
E no Oriente, Dumai se envolve nas maquinações da corte do Imperador para sobreviver, enquanto sonha em despertar os dragões que tanto ama.
Contra os wyrms que assolam o mundo, somente a bravura pode trazer a luz.
A Day of Fallen Night foi publicado no Brasil como Um dia de céu noturno pela Plataforma 21.
Eu não me lembro de muita coisa de Priory, então infelizmente não posso comparar vários aspectos dos dois livros. Mas gostei de ver como algumas coisas do mundo vieram a ser.
Uma coisa que ficou muito evidente nesse segundo livro para mim é como o machismo, a homofobia e o racismo simplesmente não existem nesse mundo. As mulheres podem ocupar qualquer cargo/profissão que elas quiserem. As rainhas de Inys são as únicas obrigadas a parir herdeiras; para os outros, pode ser qualquer um da família. Você pode casar/namorar/beijar qualquer um que quiser. Pessoas trans e não binárias existem lado a lado às cis (fiquei muito curiosa de como traduziram a linguagem neutra). A cor da pele é só uma questão de caracterização dos personagens. Nenhum desses assuntos é discutido no livro, porque esses problemas não existem no mundo. Eu adorei, achei refrescante e utópico.
Para mim, o Priorado sempre foi o POV mais fraco de todos. Eu tive muita raiva da Tunuva praticamente o livro inteiro. Só comecei a gostar do POV dela quando começou o papo do filho dela. E foi muito frustrante toda a história com a Canthe, porque eu já sabia quem ela era. Eu fiquei angustiada de saber tudo mas ter que ficar vendo a ignorância dos personagens. E a Esbar, coitada, total figurante. Pelo menos o romance dela e da Tunuva foi bom.
A Glorian foi meio morna a história inteira. Ela teve momentos bons, mas não era uma personagem com muita agência (só mais pro final). Ainda assim, a princesa nos rendeu algumas das melhores cenas na última batalha. O final dela me deixou com um gosto amargo na boca.
Amo Sabran e Bardholt. Uma péssima mãe, um ótimo pai e o melhor casal.
O Wulf começou meio sem graça, mas terminou como o meu POV preferido. Eu adorei a relação dele com os outros personagens – a Glorian, a família dele, os nortenhos… Eu saquei no começo do livro qual que era a do passado dele, mas ainda sim foi legal acompanhar. O final dele foi o mais satisfatório.
Seiiki sempre é o meu POV preferido. Adorei a história da Dumai. O Kanifa, coitado, é mais figurante do que os figurantes. Ele teve pouquíssimos diálogos, e nenhum deles memorável. O meu problema foi sendo mais pro final da história. Eu não gosto da Nikeya. Odiei a relação dela com a Dumai. A personagem não conseguiu me convencer, e isso estragou parte da história.
Apesar de A Day Of Fallen Night ser uma prequel (a história se passa antes do primeiro livro), acho que você precisa ler Priory antes para entender melhor. O livro só engrena depois de umas 150-200 páginas. E, se você está procurando por reviravoltas, vá para outro lugar, porque a história é bem previsível. Nada na trama me surpreendeu. Pelo menos, a escrita é muito boa e a trama é bem organizada. Foi uma leitura boa e que me divertiu muito. Acho que o maior problema é o leitor ter mais informações sobre a situação geral do que todos os personagens, principalmente no que diz respeito à real identidade de alguns personagens, o que faz perder a graça.
Esse livro é melhor do que o primeiro? Não. Vale a pena ler? Vale. É uma boa fantasia.
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The Priory of the Orange Tree – Samantha Shannon;