Morte em Veneza – Thomas Mann ?>

Morte em Veneza – Thomas Mann

O alemão Gustave Aschenbach se sente entediado e de saco cheio de Munique. O renomado artista precisa de uma mudança de ares, e por isso, vai a Veneza. A cidade é a personificação do belo, um conceito muito importante para o racional escritor.

Hospedado em um luxuoso hotel à beira-mar, Aschenbach se indispõe com Veneza diversas vezes, cogitando se deve ou não voltar para casa. A magia da cidade demora a fisgá-lo. Enquanto isso, outro o faz. Tadzio, um garoto de 14 anos, que está hospedado no mesmo hotel com a família.

A paixão platônica de Aschenbach se inicia. O homem procura ter o garoto à vista o tempo todo, enquanto divaga sobre a beleza, tanto de Tadzio quanto no conceito geral. Enquanto isso, em Veneza, uma doença mortal assola as ruas.


Quando fui ler Morte em Veneza para um curso que estou fazendo, não imaginei que eu iria ler a história de um pedófilo divagando sobre o conceito da beleza. Mas foi exatamente isso que li.

A edição física da Nova Fronteira, apesar de ter uma boa tradução, teve uma escolha infeliz de papel – as folhas são brancas, e não amareladas, o que cansa mais a vista. Eu alternei a leitura de Morte em Veneza entre o físico e o ebook, para quando eu estivesse me preparando para dormir, sem óculos, e pudesse usar uma letra gigantesca. Acho que a edição da Companhia das Letras (que eu li em ebook) é melhor nesse aspecto, e senti pouca diferença entre as traduções.

Aschenbach é um homem cinquentão, apaixonado por um garoto de 14 anos. O relacionamento é completamente platônico, e Tadzio mal olha na cara do escritor, mas ainda assim achei esquisito (ainda que, na época em que foi escrito, a pedofilia nem era tão escandalosa assim, afinal, as pessoas casavam com 16 anos). Ainda assim, de modo geral, achei os personagens bem desinteressantes. Nem Aschenbach, que é o maldito narrador, é interessante.

A história, também, foi extremamente sofrida de ler, não só porque é um pedófilo sofrendo por seu amor não correspondido. Eu não gosto de livros extremamente filosóficos, então ter que ler o narrador divagando sobre a beleza ao longo de todo Morte em Veneza foi difícil. Pouca coisa acontece, e eu esperava um foco maior na doença que devasta Veneza, mas vemos isso apenas no final, com pouco foco. Foi a parte mais interessante. Pouca ação de fato, muita divagação. Definitivamente, não é o livro para mim. Não teria lido se não fosse obrigada.

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