Assim na Terra como Embaixo da Terra – Ana Paula Maia
A terra se abre para abrigar cada vez mais corpos; guerras e desastres enfeitam o noticiário nacional e mundial. Neste mundo, as guerras são conhecidas, e as mortes, choradas.
Mas e quando não se há quem chora sua morte? E quando não se sabe se vocês sequer existem?
E se vocês forem o flagelo da sociedade?
A Colônia é onde vocês habitam. Um terreno imenso, cercado por um muro maior ainda com cerca elétrica no topo. Uma colônia penal, feita para reabilitação. Mas não querem que vocês escapem. Não querem que vocês saiam vivos.
Valdênio, Bronco Gil, Pablo, Jota, Taborda, Heitor e Melquíades são seus companheiros. Os quatro primeiros, prisioneiros como vocês. O último, um psicopata.
E a única coisa que mantém vocês vivos é o desejo de fugir do Inferno e colocar uma bala na cara do Capeta.
JESUS. Assim na Terra como Embaixo da Terra é ótimo. Sério. A Ana Paula Maia escreve maravilhosamente bem. A situação é tão envolvente que até você começa a se sentir preso. Dá uma agonia sentir o calor e o suor escorrendo pela sua mente, as picadas dos mosquitos e os cortes no cérebro. Aí você percebe que está preso, mas não por algum crime que cometeu. Você está preso na história. A tensão sentida é palpável fora do livro, de tão forte.
O final é bem “bonitinho”, no sentido de que é bem fechado e redondinho. O único personagem que some não é realmente importante e ninguém realmente liga pra ele.
Gostaria de ter sabido mais sobre o passado dos presos, achei que ficou meio por cima. Gostaria de mais flashbacks dos crimes, não só dos do Bronco Gil. Os personagens não foram tão trabalhados como eu gostaria; eles eram tão interessantes que a falta de detalhes me deprimiu um pouco…
Uma dica amigável: não se apegue a ninguém. Ninguém mesmo.
1 Comentário
História boas são as que deixam um sabor de que poderiam ter mais.
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