O Livro dos Títulos – Pedro Cardoso
Ele ama uma mulher. Mas não é qualquer mulher. Ele ama Constança. Constança, a menina culta, que fala de filmes, de política e… de livros. Muitos livros. Principalmente de livros.
O garoto mais novo também fala sobre livros. Mas os livros ele não lê. Ele decora seus títulos e os usa para que seu eu interior viva aventuras. Mas o garoto não sabe as histórias que os livros contam. Ele só sabe as histórias que vive dentro de si mesmo.
Em outro lugar, um lugar muito distante, Constança começa a receber e-mails. Ela trabalha em uma editora, e esses e-mails têm capítulos de um livro. E ela está intrigada. A história é ótima. Mas o escritor é anônimo. Quem é? Quem é? Será…
Paralelamente, algo está acontecendo no Brasil. Lentamente, a tensão aumenta. O povo se separa: negros, brancos, indígenas, mulheres, homens, ricos, pobres. E a tensão aumenta. E aumenta. E parece que ninguém percebe. E parece que ninguém liga.
Então explode a mudança.
O livro dos títulos é ótimo. É um daqueles livros que não pode ser transformado em filme, série ou qualquer outra coisa cinematográfica, porque a linguagem dele funciona somente na escrita.
Ele tem uma pegada bastante política, mas eu asseguro a vocês: é divertido. Ele trata desses assuntos com bastante leveza, então é bem fácil de ler. Eu odeio política, mas juro que adorei O livro dos títulos.
Eu achei o final meio sem-graça. Você fica na maior expectativa da história de amor (sim, esse livro é amor misturado com política, é sensacional que isso funcione) e, no final das contas, nada acontece como você imagina. O personagem principal, o garoto, vai ficando completamente fora da casinha conforme os anos passam, mas acho que combina com ele. É um personagem completamente louco, mas que dá certo.
É muito bom não ter ranço do principal. Isso renova meu espírito.