Bartleby, o escrivão – Herman Melville
Bartleby é um homem misterioso. Suas origens são encobertas por uma névoa de mistério e seus esclarecimentos são inexistentes. Ele trabalha como um escrivão para um advogado em Wall Street. Quer dizer, “trabalha”. Bartleby faz, de vez em quando, apenas o estritamente necessário, preferindo não fazer o resto. Nem revisar o que ele mesmo escreveu.
Seu empregador, ignorando os conselhos de seus empregados e de outros advogados, não despede o excêntrico Bartleby. Pelo contrário, ele o mantém em seu escritório até mesmo quando o homem se recusa a trabalhar. Tudo pelo prazer de observar aquele homem estranho, fora desta realidade. Observar Bartleby, o escrivão, é como observar um animal selvagem em uma reserva: suas manias excêntricas, sua aparência diferenciada e seu jeito recolhido apenas aumentam a curiosidade do espectador, enquanto a sua quietude impede o advogado a descobrir qualquer coisa sobre seu empregado. Claro que Bartleby poderia dar mais informações sobre si mesmo.
Mas ele preferia não fazê-lo.
Bartleby, o escrivão, é muito bom. Bem, sendo escrito pelo autor de Moby Dick, um clássico (que eu ainda não li), é meio difícil ser ruim.
Para os perdidos na vida, eu virei parceira da catálogo literário esse ano (yay). A Catálogo Literário é uma divisão de uma das editoras (que tem várias editoras; é bem complicado, nem eu entendo direito) com mais livros na minha estante, a Record. Ou seja, LIVROS. MAIS LIVROS. PRAZOS. UM POUCO MAIS DE PRAZOS.
Prazos à parte, muitos Snaps foram feitos por mim sobre esses livros no dia que eles chegaram lá em casa. Tipo, uns 400 segundos. Só tive que ouvir as reclamações depois.
Enfim, é um pouco confuso no começo porque a linguagem é do século XIX. Então fica um pouco complicado. As horas em que o advogado começa a filosofar sobre a vida são cheias de palavras difíceis. Quer dizer, difíceis para mim, uma pirralha de 14 anos que vive na época do vc, tb, vlw, flw e etc.
Para esclarecimentos futuros, um escrivão judicial é um “oficial público encarregado de escrever autos, atas, termos de processo e outros documentos legais junto a diversas autoridades, tribunais, corpos administrativos etc.”
Eu adorei cada personagem desse livro. O que é difícil, porque gostar de pessoas não é o meu forte. Os segredos envolvendo Bartleby o deixam engraçado e acabamos nos identificando com o coitado do advogado que só quer trabalhar em paz. Os outros empregados são divertidíssimos. Eles são bem aquela definição de “pessoa matinal” e “pessoa qualquer coisa menos matinal”.
Eu poderia dizer qual é o outro livro que eu ganhei e que eu tenho que resenhar (essa palavra existe?) em menos de dois meses além de Bartleby, o escrivão, mas eu preferia não fazê-lo.