Treze – FML Pepper
Rebeca está com um problemão. Ladra por criação, a garota invade qualquer eletrônico que precisar para conseguir o que quer – dinheiro. Nada pode impedi-la, muito menos uma vidente micareta de um parque de diversões decadente.
Mas o maior roubo da sua vida dá errado. Agora, sem mãe, sem dinheiro, perseguida por bandidos e vigiada pela polícia, Rebeca acha que talvez a vidente esteja certa. E Rebeca vai apostar em duas coisas: no amor…
E no treze.
Por outro lado, Karl já está farto do amor. Depois da decepção com Beatriz, o lutador de MMA não quer nem saber de compromisso sério.
Quer dizer… ex lutador de MMA. Depois do fatídico acidente, Karl não pode passar nem perto do ringue. Não com o coágulo inoperável no cérebro. Bem, paciência. Tudo o que o garoto pode fazer é levar uma vida pacata, longe de brigas. É claro que ele joga tudo pro alto quando conhece Rebeca.
E os dois percebem que seus segredos são muitos.
LIVRAÇO! LIVRAÇO! Treze é maravilhoso! Socorro, Jesus! Românticos, esse é o livro pra vocês. Intrigas, amor e sexo: tudo o que precisamos num bom romance.
Pra começar, a capa é linda. A diagramação é boa e as páginas são amarelas (um alívio para qualquer leitor faminto).
Bem, o livro não me impressionou muito no começo. Fiquei meio confusa com a construção da personagem – afinal, ela é uma ladra sem coração ou não? -. Depois entrei em sintonia com o livro e deixei de implicar – pelo menos, com a Rebeca. A escrita é bem envolvente, apesar de eu criticar o uso de aspas nas expressões. É o jeito como as personagens falavam, é o jeito como pessoas de 20 e poucos anos falam. Não vejo o porquê das aspas. O uso de tantos pontos de exclamação me surpreendeu – como que alguém pode ser tão entusiasmada e tão de bem com a vida que até a escrita é cheia de ponto de exclamação?
Eu achei que Treze fosse ser muito mais místico, mas tem mais a ver com Deus do que qualquer outra coisa. Qualquer livro que mencione o nome de Deus me deixa apreensiva. É uma opinião longe de ser popular, eu sei (pelo amor de Deus, não me linchem, juro que sou uma boa pessoa). Acredito em Deus e tudo o mais (já perceberam quantas vezes eu falo “Deus” ou “Jesus” aqui? Só nesse post são 4 “Deus” e 4 “Jesus”), mas tenho muito medo do fanatismo. E, depois de ser obrigada a ir à Igreja durante 3 anos da minha vida, cheguei ao ponto que quase qualquer coisa é fanatismo para mim – desculpa. Não consigo evitar. Apesar da minha apreensão, o livro é realmente muito bom e o jeito que ela retrata Deus aqui é bem legal. Só acho que o final poderia ter sido um pouco mais feliz – mas ficou bom do jeito que está.
Eu conheci a FML Pepper na bienal do ano passado. Jesus, que mulher entusiasmada. Ela é muito feliz. Como as pessoas conseguem ser tão felizes? Não entendo.
Eu passei o livro inteiro sem entender qual era a da beleza do Karl. Quando imaginava um lutador de MMA, o que vinha na minha mente era um cara com a cabeça pequenininha, um corpo de fisiculturista bombado (e não saudável) e orelhas de couve-flor. Agora dei uma pesquisada em alguns lutadores de MMA e… Jesus me abana! Não estava de todo errada, mas tem cada exceção…
Agora fiquei com vontade de reler Treze só pra reimaginar o Karl – não como um ogro, mas como um cara lindão. Precisamos de personagens lindões nas nossas vidas. Se vocês estiverem uma leitora com o olhar perdido no horizonte, ela está pensando nos personagens lindões.
Eu lia esse livro gritando por dentro. As cenas são tão lindas que eu não conseguia me segurar. Por sinal, eu realmente dava uns gritinhos vez ou outra. Às vezes eram suspiros, e outras vezes eu errava a minha cadeira porque o Karl estava sendo fofo (o que é, praticamente, o livro todo).
Depois disso, tenho amigos que confirmaram que sou meio biruta.
;)
