
Sul – Veronica Stigger
O Sul é cheio de cultura. Repleto de gente e, por conseguinte, repleto de sangue.
Sangue.
O sangue que corre por nossas veias.
O sangue que é um símbolo de maioridade e maturidade feminina.
O sangue que escorre pelas suas entranhas.
O sangue que forma poças e que deixa rastros.
O sangue que delata assassinos.
O sangue que brota na superfície mais rápido que o cérebro é capaz de entender o porquê.
Constância, no seu aniversário de 10 anos, é ovacionada pela cidade inteira.
Carol 1 e Carol 2 discutem no apartamento da primeira.
E a própria autora conta um pouco sobre a sua infância.
O que essas histórias, tão distintas, têm em comum?
Sangue…
Sul é um livro curtinho, que te deixa com gosto de “quero mais”. Veronica Stigger é uma escritora do sul do nosso Brasil que mostra que não, não são só paulistas e cariocas que sabem escrever. Deem um espaço para nossas gaúchas!
Cada texto é curtinho, mas nenhum deles deixa a desejar. O primeiro é um conto bem fechado, que deixa uma quantidade infinita de espaço para teorias (e o que é um leitor sem suas teorias). O segundo é uma peça. Particularmente, não gosto de peças, mas essa foi bem interessante. Vivendo e aprendendo, crianças. Já o terceiro é um poema autobiográfico(?).
No fim do livro, tem uma surpresa particularmente interessante: páginas lacradas. Você pode escolher se vai abri-las. Você pode escolher se vai confiar ou não na autora. Como ela mesma disse, o leitor cria um pacto com o escritor no momento em que ele começa a ler o livro: acreditar no que está escrito. Você pode escolher acreditar.
Ou não.
Eu abri as páginas (como diria minha mãe, uma mulher muito inteligente, o único pacto que se faz é com Satanás, o resto é conversa).