O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias – Douglas Adams ?>

O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias – Douglas Adams

O Universo é uma das coisas que o ser humano não compreende (e provavelmente nunca irá compreender). Seu tamanho é infinito e seus segredos são indecifráveis. Existem seres “racionais” além dos humanos? Existem planetas habitáveis além da Terra? De onde viemos? Para onde vamos? Realmente existe um Deus? Vale a pena ser um Mochileiro das galáxias? Aguardente Janx faz realmente tão mal quanto dizem os especialistas?

É isso que Arthur Dent vai descobrir (ou não).

Depois da destruição da Terra, ele vai ter que achar um rumo para a sua vida, claro que com uma ajudinha. Ford Perfect, seu amigo betelgusiano.

Ford é um Mochileiro. Ele viaja pela galáxia, atualizando repetidamente o livro “Guia do Mochileiro das Galáxias”, a enciclopédia mais completa sobre tudo. Literalmente tudo.

Dent precisa arrumar a sua vida e, ainda por cima, salvar o Universo.

Cinco vezes.

A única coisa da qual ele precisa se lembrar está estampada em letras garrafais e amigáveis na frente do Guia.

NÃO ENTRE EM PÂNICO!


Uma coisa que tenho que dizer sobre Douglas Adams e O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias:

Não importa o quanto pareça que tudo está indo para o buraco no livro, NÃO ENTRE EM PÂNICO!

O pânico não faz bem para a sua saúde nem vai mudar o rumo da história.

Esse livro é pura ficção científica. Se você quer que seu cérebro dê um nó enquanto você lê as partes mais complicadas, é esse o livro. Mas o autor consegue dar esse nó de um jeito gostoso, que você vai tentar ler de novo só pra ver se entendeu. Uma hora, você talvez entenda. Aí seu cérebro vai se sentir livre por um momento e, em seguida, você vai esquecer o que desatou aquele nó, o que vai fazê-lo se apertar mais ainda sobre você. Aí você continua lendo (diferente do que aconteceu comigo em 20.000 Léguas Submarinas, mas essa é outra história).

Tudo no livro está interligado. Até as atitudes que pareçam ridículas e triviais, que você irá esquecer em alguns capítulos, lembre-se delas. Confie em mim, eu sei do que estou falando. Quer dizer, tem umas coisas que são mesmo triviais e sem sentido, que não vão fazer diferença para o desenrolar da história. Mas lembre-se delas mesmo assim. Vão fazer você dar umas boas risadas mais tarde.

O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias é a “trilogia de cinco em um único volume” (exatamente isso que você leu. Já dá pra ver o nível da loucura na capa do livro). Isso quer dizer que são todos os livros em um só. Eu acho isso muito legal, porque você vai lê-los direto e a história do anterior ainda estará na sua cabecinha. Acho muito mais em conta, além do que eu imagino que deva ser mais barato (não quer dizer que esteja a preço de banana).

Uma coisa maravilhosa é como ele satiriza os ingleses. E ele é inglês. São sutilezas, mas dá pra perceber. Vou dar o pontapé inicial:

Quando ele descreve o governo da galáxia, cujo presidente é só uma imagem, que outras pessoas governam nas sombras. O presidente seria a família real inglesa, que só tá ali de imagem, mas não manda em nada. Quem manda na galáxia eu acho que seria o primeiro ministro ou algo assim. Não sei muito sobre política (nem do Brasil, nem dos outros países).

A importância que o Arthur Dent dá ao chá, que não consegue um chá decente em nenhum lugar além da Terra, blá blá blá, e meio que acaba quase matando todo mundo. Gente, a Inglaterra é praticamente conhecida como a terra do chá!

Uma coisa que eu não gostei foi o final do quinto livro. Parece que a criatividade do autor acabou ali mesmo, e acho que o quinto livro foi o pior. Claro são todos muito bons, mais o que eu menos gostei foi o quinto. No final, a criatividade caiu no buraco e o final do livro foi com ela.

Mas… nem tem como mandar uma cartinha para Adams reclamando. Não tem como entrar em contato com ele.

Dia 11 de maio de 2001 foi confirmada a morte de Douglas Noel Adams, aos 49, por ataque cardíaco. Em sua homenagem, foi criado o Dia da Toalha, ou o Dia dos Nerds, no dia 25 de maio. Sei que é meio tarde, já fazem mais de 15 anos. Mas prestarei minhas homenagens.

Então é isso. Não haverá mais livros com Douglas Adams como autor. O Guia do Mochileiro das Galáxias nunca ganhará outro livro. Sua outra série, Agência de Investigações Holísticas de Dirk Gently, nunca terá fim. Ninguém verá Adams divagar sobre tecnologia e ficção científica, pensando no futuro.

Adams, seu futuro veio cedo demais. O homem que colocou sorrisos em milhões de rostos está se decompondo lentamente em um caixão embaixo de um pedaço de terra inglesa. Seus leitores ficaram órfãos tão rápido que nem mesmo um psiquiatra teria como ajudar. O psiquiatra também estaria chorando. Porque Douglas Adams influenciou o mundo. Me chamem de louca. Riam da minha cara. Me olhem torto. Mas não minto. Douglas Adams pode ter sido um dos maiores gênios que a humanidade já viu.

Eu gostaria de ver seus comentários sobre o lançamento do IPhone. Do Pokémon Go. Sobre várias outras tecnologias revolucionárias com as quais Adams apenas sonhava.

Então, leitores, uma ode a Douglas Noel Adams. O escritor. O revolucionário. O gênio. O aficcionado. O tecnológico. O sonhador. E, acima de tudo, o homem que mudou o conceito de banalidades cotidianas, que nos fez achar que entendemos algo sobre o Universo.

Uma ode ao definitivo Mochileiro.

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