O conto da aia – Margaret Atwood ?>

O conto da aia – Margaret Atwood

A República de Gilead proíbe seus cidadãos de cantarem e dançarem. As mulheres são proibidas a ler, e orações são encorajadas a todos. Os rebeldes são logo apagados. O país que outrora foi os Estados Unidos vive sob um regime totalitarista, religioso, no qual as mulheres têm os direitos que os homens as dão.

Offred tem 33 anos e vive na casa de um Comandante do alto escalão. Ela não é uma Esposa, vestindo azul e aproveitando regalias, nem uma Martha, uma empregada vestida de verde. Também está longe de ser uma Tia, uma funcionária do governo vestida de marrom. Offred veste vermelho, a cor do sangue, a cor das Aias.

Uma das poucas mulheres que ainda pode ter filhos, Offred é propriedade do governo e tem apenas um objetivo de vida: procriar. Se ela falhar em dar uma criança ao seu Comandante, será considerada uma Não mulher e enviada para um campo de trabalho forçado, onde a mesma radiação que apodreceu os óvulos das que estão em sua volta tomará a sua vida.

Offred vive seu dia a dia torcendo para reencontrar o marido e a filha. A tentação do suicídio é grande, mas suas lembranças do passado lhe dão esperanças de se ver livre novamente. Ela não é a única com esses desejos, e o ódio das mulheres borbulha sob o peso das correntes.


O conto da aia é uma das distopias feministas mais famosas dos últimos tempos, que rendeu a Atwood um lugar dentre os maiores escritores da literatura mundial. Este é um dos livros que todos deveriam ler antes de morrer.

Eu gosto muito das capas dos livros da Margaret Atwood aqui no Brasil. Acho de muito bom gosto, mas a diagramação não é tão boa. As letras são pequenas, e eu prefiro quando a letra é um pouco maior.

Atwood não chegou onde está, cheia de prêmios, livros, e prestígio, com uma escrita ruim. Tudo é muito fluido, mesmo com um tema mais pesado, e ela não tem problema nenhum em dar alfinetadas. A sensação é de ler mais rápido do que você realmente está lendo.

Os personagens de O conto da aia são todos muito bem construídos, e temos uma forte ligação com Offred, a narradora. Temos muita empatia por ela, estando naquela situação terrível. Ainda assim, não temos muita informação sobre os outros personagens, nem tanta ligação a eles.

O conto da aia é uma das grandes obras de distopia contemporânea. Apesar de certas coisas estarem “desatualizadas”, porque o livro foi escrito em 1985, muitas coisas continuam atuais, principalmente o fanatismo religioso. O aspecto feminista é muito forte, porque acompanhamos a linha de pensamento de uma das mulheres mais oprimidas do regime. É uma história muito boa, mas eu não acho que seja a melhor da autora. Para quem odeia finais abertos, esse livro não é para você.

Se você gostou de O conto da aia, de Margaret Atwood, você vai gostar de:

A odisséia de Penélope – Margaret Atwood;

A (r)evolução das mulheres – Mindy McGinnis;

A princesa salva a si mesma neste livro – Amanda Lovelace.

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