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Beastars – Paru Itagaki

O mundo é dividido entre carnívoros e herbívoros. Apesar de todos conviverem nos mesmos espaços, o preconceito está enraizado fundo na sociedade. A existência dos herbívoros é marcada pelo medo, e os carnívoros vão em mercados de carne clandestinos, apesar do consumo de carne de verdade ser proibido.

Legosi é um tímido lobo cinzento, estudante da escola Cherryton. Ele é do clube de teatro e trabalha na parte técnica das peças, deixando os atores brilharem. O clube é fortemente abalado quando um dos integrantes, o alpaca Tem, é assassinado. As suspeitas vão diretamente para os alunos carnívoros, e a desconfiança cresce.

Legosi se envolve com dois herbívoros: Louis, um cervo, e Haru, uma coelha-anã. Louis é o aluno perfeito, e um candidato ao próximo Beastar: aquele que se destaca na sociedade e pode unir carnívoros e herbívoros. Já Haru sofre bullying na escola e é um dos animais mais isolados da sociedade: os coelhos-anões são extremamente pequenos e pouco representados. Mas o lobo-cinzento se apaixona pela coelha e deseja a amizade do cervo. Em uma sociedade tão dividida, o lobo amante de herbívoros vai ter que lutar pelo direito de todos.


Beastars é o mangá para os amantes de Zootopia que queriam uma história mais adulta do filme. Uma história sobre preconceito em uma sociedade animal antropomórfica. A magaká, Paru Itagaki, é filha do criador do mangá Baki, que também tem um anime na Netflix.

Eu li o mangá na internet, em inglês, mas a edição brasileira está bem bonita. A capa tem até orelha! É possível encontrar o mangá traduzido (ilegalmente kk) na internet, mas tem como comprar ele certinho também.

Beastars é um ótimo mangá para quem quer entrar no gênero, considerando os temas mais adultos. E, é claro, se você souber lidar com o lado meio furry da coisa. A arte é super legal e dá para entender bem as coisas. Até as lutas são bem claras. Como leitora assídua de My Hero Academia, ter uma luta compreensível é uma boa mudança.

Eu simplesmente adoro os personagens de Beastars. Todos são muito bem construídos e, acompanhando os dilemas de cada um, acabamos descobrindo mais facetas da sociedade em que eles vivem. Apesar de haver uma quantidade considerável de personagens, é difícil esquecer quem é quem. A diferenciação por espécies também ajuda muito. Legosi é um personagem principal cativante, com falhas e questionamentos tão reais que tudo o que você quer ao longo do mangá inteiro é dar um abraço nele.

A história do mangá é incrível! É uma história adulta com personagens ainda na escola, mas que mostram uma maturidade necessária aos que vivem na sociedade preconceituosa em que eles vivem. O mangá não é grande (21 volumes não é muito, tá?), então a história não se perde no meio do caminho. O finalzinho, que dá um fechamento à história do Legosi e da Haru, deixa a desejar, mas o que acontece antes é tão incrível que ofusca. Tem crime, romance, ensino médio… Apesar de ter bichinhos, não é algo infantil. Os interessados também podem ver a primeira temporada na Netflix, e a segunda sai ainda esse ano.

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