Abacaeacó – Luís e Tales Elias Colombini ?>

Abacaeacó – Luís e Tales Elias Colombini

Miguel tem dois bichos preferidos: abacaeacó. Quer dizer, a vaca e a cobra. Esse é o único jeito que o garoto consegue listar os seus dois bichos de pelúcia preferidos.

Seus pais nunca o corrigiram na fala estranha, o que acabou prejudicando o menino. Agora no colégio, Miguel tem que lidar com a zoação dos colegas por falar “errado”.

Ábiri, imãozinho, acoidei e, claro, abacaeacó são alguns exemplos da dificuldade de falar do garoto, pela qual o garoto sofre o famoso bullying.

Miguel precisa ignorar todas as provocações e seguir em frente. E, é claro, ganhar o respeito dos colegas. Assim, ele poderá ter paz.


Eu gosto MUITO desse livro. Ele é curtinho e ideal para crianças mais novas (principalmente as que praticam bullying).

Bem, eu nunca sofri bullying pelo meu jeito de falar (até porque eu não sou conhecida por deixar pra lá e ser calminha), mas meus amigos me pedem pra falar “porta” até hoje (tenho o r puxado porque a minha mãe é carioca. Até os meus parentes lá do Rio zoam o meu sotaque e o da minha mãe, com aquele “carinho carioca”).

Abacaeacó é bom pra mostrar para crianças bullies o outro lado da história (até porque temos a tendência de nos identificar com a personagem principal) e para iniciar debates sobre o bullying (apesar de que eu não sei qual o nível de debate de crianças, mas pelo menos uma bronquinha ou uma discussão dá pra fazer).

Esse livro é um dos infantis que eu ainda tenho, mas ele não está na minha lista de 20 livros da minha infância, porque os livros que estão lá me impactaram muito mais do que esse.

Uma tecla na qual eu quero bater é a que não há um jeito “errado” de falar (pra começo de conversa, agradeço à minha querida professora de português, Luiza, que explicou isso à sala e eu farei o favor de apresentar os fatos que ela nos disse misturados com a minha opinião e grosseria habituais).

1- Existem jeitos diferentes de falar. Só porque Curitiba é o único lugar no planeta que fala “penal” e “vina”, não quer dizer que nós estejamos errados.

2- VARIAÇÃO LINGUÍSTICA REGIONAL, só digo isso.

3- Se o cara fala “gardecido” ao invés de “obrigada”, é porque no lugar onde ele vive todo mundo fala assim. Seres humanos não nascem falando o português erudito de linguistas que estudam a gramática (a gente nem nasce falando, só gritando, chorando, gemendo e berrando que nem apitos). Nós aprendemos a falar o português que nossos pais falam. eu tenho o r puxado porque a minha mãe tem. Alguém pode falar “gardecido” porque os pais dele falam.

Respeita.

Comments are closed.