A garota no trem – Paula Hawkins ?>

A garota no trem – Paula Hawkins

Rachel está afundando cada vez mais no fundo do poço. A perda do emprego e o divórcio foram fatores definitivos na decisão de continuar como estava – uma bêbada descontrolada. O alcoolismo foi sua única saída: quando não se sentia bem, bebia. Então fazia bobagem e envergonhava o marido. Aí o casamento acabou, e ela continuou bebendo.  Com isso, perdeu o emprego.

Morando de favor, procurando emprego e alcoolizada uma boa parte de todos os seus dias, Rachel aproveita a viagem matinal de trem para fazer suas duas coisas preferidas: beber e imaginar a vida do casal que mora na casa 15 (que ela observa sempre que o trem para em um sinal vermelho) – Jess e Jason.

Um dia, depois de presenciar uma cena terrível na casa 15, Rachel não consegue parar de pensar no que pode ter acontecido aos moradores – e logo descobre.

Jess – quem, na verdade, se chama Megan – está desaparecida.

A consciência de Rachel pesa mais que o trem no qual ela viaja todos os dias de manhã, então a mulher vai para a polícia contar o que viu. Ela não esperava, de verdade, que sua fama chegasse até os chefes da investigação do desaparecimento de Megan Hipwell. E quem vai acreditar em uma bêbada descontrolada? Quem vai acreditar em mais uma garota no trem?


A garota no trem é desgraça atrás de desgraça, tenho que confessar pra vocês.

Vamos na ordem que gosto de fazer as coisas: como sempre, a diagramação da Record é impecável, não tenho queixas em relação a isso. A capa, aí, é outra história. Acho capas de livros com o pôster dos filmes algo xexelento. Sim, é uma grande jogada de marketing, mas as capas ficam feias! Infelizmente, quando fui comprar só tinha essa capa, e eu não estava em grandes posições de reclamar – porque, dali a alguns minutos, Paula Hawkins estaria escrevendo uma dedicatória na primeira página do livro. Era pegar ou largar.

A personagem principal de A garota no trem me dá uma agonia profunda. A única coisa que ela faz no livro inteiro é se afundar na lama. Quando você acha que ela não consegue ir mais fundo, ela pega uma pá e começa a cavar. Quando a pá quebra e você pensa: “ufa, agora acabou”, ledo engano! Ela vai tirar uma britadeira da bolsa, colocar um capacete e continuar afundando! Depois que a britadeira quebrar, ela vai pegar o telefone e chamar uma escavadeira pra continuar cavando o buraco e a afundar cada vez mais. Jesus, a mulher só faz bobagem! Chega uma hora que começa a ficar cansativo. Sim, claro, ela estava no meio de um vício – e sabemos que vícios são difíceis de largar – mas até sóbria ela fazia bobagem! Sim no final das contas, ela é uma personagem bem construída, mas o tipo de personagem que só chafurda na lama me irrita.

O estilo de escrita dela é bem gostoso e prende bastante na história. Ela claramente não mudou – ou mudou pouco – o estilo de escrita dela até o ano passado. Tudo bem que foi um período curto de tempo (só 2 anos), mas li mudanças de escrita bem radicais em curtos períodos também **cof cof Victoria Aveyard cof cof**.

A história do livro é muito interessante e gira em torno de um crime e relacionamentos abusivos. Isso deixa tudo mais interessante. O final me satisfez bastante. Peguei ranço da Rachel em algum ponto indefinido da história (na verdade, sei onde que peguei ranço da mulher, mas não quero dar spoiler. Vamos dizer que ela dormiu com quem não deveria), então não foi melhor porque estava irritada com as escolhas imbecis da personagem. Esse foi o primeiro livro da Paula Hawkins, e me parece que ela continuou com o estilo do primeiro até o livro mais recente dela, Em águas sombrias. O tema de relacionamentos abusivos está sendo mais discutido (graças ao nosso bom senhor Jesus Cristo), e acho que A garota no trem foi o primeiro livro que fez tanto sucesso que tratou desse tema.

Sim, eu conheci a Paula Hawkins! Bons tempos de parceria com a Record [insira aqui uma música triste da Adele]…

PAULA HAWKINS

Essa mulher diva sem nem fazer esforço.

Se você gostou de A garota no trem você vai gostar de:

Em águas sombrias, da mesma autora

Entre quatro paredes de B. A. Paris

O casal que mora ao lado de Shari Lapena

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