A confissão da leoa – Mia Couto ?>

A confissão da leoa – Mia Couto

Contratado para matar leões que aterrorizam uma aldeia moçambicana, Arcanjo Baleiro é um caçador famoso. Junto a ele viaja o escritor Gustavo Regalo, responsável por documentar a caçada e tranformá-la em um furo de reportagem.

Ao chegarem, os homens descobrem que, para os aldeões, os leões não são reais, mas demônios transformados. Quem é o responsável pelo aparecimento dos espíritos assassinos? Os aldeões não são abertos às perguntas de Arcanjo e Gustavo, mas tem algo de errado com Kulumani. Arcanjo reviverá suas memórias enquanto caça leões que talvez estejam entre eles.

Mariamar é uma das moradoras da aldeia Kulumani. Silência, sua irmã, foi a vítima mais recente dos leões. Ela não é só atormentada pela morte da irmã, mas pelo seu próprio passado terrível. E é suspeita de ser a leoa que ronda a aldeia.


Mia Couto é o meu autor estrangeiro preferido, ainda que esse seja apenas o segundo livro que li dele. A confissão da leoa é um livro incrível sobre a submissão feminina e a fera que vive dentro de todas nós.

A escrita do Mia Couto é uma das principais coisas que eu gosto nele. A narrativa é muito fluida, e os personagens são muito bem construídos. Esse livro tem dois narradores, mas os capítulos da Mariamar são muito mais interessantes do que os do Arcanjo, porque a vida e o passado dela são muito mais interessantes.

O que mais me inpressionou na história foi a mistura de realidade e fantasia na narração. Na narração da Mariamar, é difícil dizer, em algumas cenas, o que está realmente acontecendo, o que é a imaginação dela e o que são memórias. A discussão da narrativa gira em torno da opressão feminina em aldeias mais tradicionais, e o autor consegue demonstrar isso na narrativa muito bem.

Se você gostou de A confissão da leoa, de Mia Couto, você vai gostar de:

A varanda do Frangipani – Mia Couto;

A (r)evolução das mulheres – Mindy McGinnnis;

Sobre os ossos dos mortos – Olga Tokarczuk.

Comments are closed.