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48 contos paranaenses – org. Luiz Ruffato

O Paraná é a terra do piá, da guria, da vina e da japona. Curitiba tem todas as estações em um dia só, e os habitantes tão frios quanto o inverno paranaense (e, apesar de eles jurarem de pé junto, vivem falando ‘aí’ e daí’ no final das frases).

Tem museu, colônia alemã, praia, mato. Tem shopping, formação rochosa e relógio de flores.

A literatura paranaense é apaixonada por seus ambientes. Paranaguá, Morretes, Curitiba, a XV de março, o Passeio Público, o Jardim Botânico, a Boca Maldita, a praça Osório.

O Paraná é um estado grande no coração e na ideia (mesmo que ainda tenha um movimento separatista que já devia estar extinto). São contos de amor, ódio, reflexão e do cotidiano de pessoas que passam por você na rua, desconhecidas.

É o Paraná resumido em 48 contos.


Só gostaria de demonstrar a minha indignação quanto ao fato de que, dos 48 autores publicados nessa antologia, só 4 são mulheres. Tem 12 vezes mais homens que mulheres nesse livro, e depois tem página feminista que me vem com “não achamos que as mulheres não são bem representadas nessa área, queremos focar em áreas nas quais elas são mais excluídas”. E nem todos eles são paranaenses.

Enfim, a diagramação desse livro é bem boa. Apesar de as letras não serem muito grandes, elas são espaçadas. O que me incomoda é a capa. Cores completamente nada a ver, amarelo, roxo, azul e branco. Eu gosto do desenho do homem, mas acho que poderia ter as cores da bandeira do Paraná, o verde, azul escuro e branco.

A escrita do livro é bem variada, afinal, são 48 autores juntos. Ainda assim, não espere nada muito diferente de uma escrita de paradidático ou texto dos livros didáticos de português (afinal, são esses caras que escrevem nossos paradidáticos mesmo). Eu nunca me importei com isso, sempre gostei dos paradidáticos do ensino fundamental.

Os 48 contos paranaenses revolvem em um mesmo ambiente: o Paraná. Ou seja, não acho que quem seja de fora vá entender completamente tudo o que se passa nos contos. Mesmo assim, eu, nascida e criada em Curitiba, não reconheci todos os lugares do livro. Eu gostei da maioria dos contos, na verdade. Alguns poucos foram mais chatos, até por serem mais antigos e terem uma escrita mais rebuscada. Outros são mais atuais. Meu conto preferido foi “Aula de reforço” do Cristóvão Tezza (que é um fofo).

Se você gostou de 48 contos paranaenses, você vai gostar de:

O livro dos títulos, de Pedro Cardoso;

A sábia ingenuidade do dr. João Pinto Grande, de Yuri Vieira;

Sul, de Veronica Stigger.

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